Afinal, tudo é virose?

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Entenda o que realmente significa esse diagnóstico, um dos mais ouvidos por pais que levam filhos adoentados aos hospitais

A criança acorda com febre, vômito e dor de cabeça. Os pais correm para o pronto-socorro e, muitas vezes, após enfrentarem longa fila de espera, ao lado de várias crianças com os mesmos sintomas, o diagnóstico médico é quase sempre o mesmo: virose.

Diante das recomendações de alguns dias de repouso e um medicamento para aliviar o problema, alguns pais ficam revoltados. Muitos falam em desatenção por parte do médico, que deveria investigar melhor. Mas tudo é virose?

“Realmente os pediatras ouvem muito essa reclamação. Mas a verdade é que a maioria das infecções que atingem as crianças é viral (provocada por um vírus) e com apresentações clínicas inespecíficas e às vezes semelhantes”, diz o pediatra Cid Prado Spinelli.

“Grande parte das viroses se manifesta só com febre. Muitas vezes exames mais invasivos não ajudam no diagnóstico, pois não existe um exame de laboratório específico para cada tipo de virose.

Um resfriado comum pode ser causado por mais de cem tipos diferentes de vírus”, acrescenta.

Na maioria das vezes o médico conta com poucos dados para
diferenciar uma virose de uma infecção bacteriana logo nos primeiros dias. Então, muitos preferem acompanhar o caso antes de entrar com medicações.

“Quando o pediatra define o quadro como ‘virose’ não quer dizer que a criança não tem nada, mas sim que aquela é, provavelmente, uma infecção viral que geralmente se resolve espontaneamente, sem necessidade de antibióticos.

Entretanto, é necessário fazer um acompanhamento do quadro e uma reavaliação médica caso os sintomas persistam”, alerta Fátima Rodrigues Fernandes, pediatra e alergista do Hospital Infantil Sabará, em São Paulo.

Spinelli afirma ainda que algumas infecções têm uma sazonalidade bem definida: “No outono e no inverno, por exemplo, é a vez de gripes e resfriados.

Escarlatina, rubéola e varicela são muito frequentes no fim do inverno e começo da primavera e infecções intestinais acontecem mais no verão.”

Para prevenir é importante que, além dos cuidados com a higiene pessoal e a ventilação dos ambientes, os pais evitem levar crianças doentes às escolas ou creches. (A.D.)

Folha Universal

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