Zumbidos no ouvido atingem cerca de 10% da população, e podem ser sintomas de doenças graves, diz estudo.

Reprodução -
Eu escuto o tempo todo uma mistura de grilo com nota musical aguda e contínua. Durante o dia esse som se confunde com outros do cotidiano, mas durante a noite fica tão alto na minha cabeça que não consigo dormir.” Esse é o relato da cantora Letycia, de 34 anos, que trabalha com música desde os 10 anos. Ela é uma das cerca de 250 milhões de pessoas no mundo, segundo a American Tinnitus Association, que sofrem de “tinnitus”. Conhecida popularmente como zumbido, trata-se da sensação, no ouvido, de um ruído parecido com chiado, assobio e barulho de chuva, sino ou estalo. “De acordo com o exame que fiz, ele é indício de que minhas células auditivas estão morrendo em função da exposição em excesso a som muito alto no palco e também por ficar no estúdio por várias horas com fone de ouvido”, explica Letycia.

“Tinnitus não é uma doença, mas um sintoma que pode denotar desordem do aparelho auditivo, perda auditiva, infecção da orelha e até tumores e outras doenças.

Por isso o recomendado é que a pessoa procure um especialista assim que perceber algum grau de zumbido constante, pois pode ser o início de alguma doença.

O problema é que, enquanto ele atinge cerca de 10% da população, apenas 1% procura ajuda médica”, esclarece Fernando Yonamine, otorrinolaringologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. O problema pode ser causado também por alteração emocional ou excesso de cigarro, açúcar, café e álcool.

Há casos em que o zumbido é tão intenso que as pessoas têm dificuldade de aprendizado, concentração e raciocínio e, em casos mais extremos, tentam o suicídio.

“Mas existem formas de tratamento, desde medicamentosa até a denominada terapia sonora, cujo objetivo é fazer com que, por meio de outros sons, o paciente esqueça que o zumbido existe e tenha uma melhor qualidade de vida”, alerta o especialista.

Os protetores auditivos individuais e a procura por diminuir a exposição ou se afastar completamente do ruído intenso também são recomendados.

Fonte: Folha Universal

Comentários